Tuesday, October 15, 2013

A QUARTA PATA DO ELEFANTE.


O quê a Marina Silva tem atravessado na garganta? Que flecha é essa que ela mesma construiu e que tem duas pontas, cada uma pertencente a uma tribo diferente? E ela ainda tentou esclarecer, mais do que duas pontas são três, uma voltada para o interlocutor e duas (que supostamente podem ser vistas como uma cauda, segundo Marina) voltadas para si mesma. Mais do que os antropólogos, Freud tem que ser ressuscitado para esclarecer a política: uma flecha atravessada na garganta já é demais e é muito mais do que um adereço. Ela mesma admitiu que as metáforas são modos de conhecer e de raciocinar! Citando a si mesma e ao Lula como metafóricos, disse que não queria matar nem a Dilma nem o Aécio e, curiosamente, quis-nos fazer entender que a flecha é estendida para o outro como uma forma de aliança. Ah, e ainda tem o arco, que segundo ela, é o colar que envolve o pescoço e de onde, suponho, a flecha é atirada. Haja garganta, haja Freud, e haja antropologia para entender o que se passa acima do pescoço da Marina.

E ela ainda disse que, atualmente, tem um grande interesse pela psicoanálise! Isto me agrada porque tem muita coisa nela, Marina, que precisa ser decifrada para que possamos adotá-la!

O que será que está atravessado na sua, dela, garganta? Será a Dilma? Será o PT? Ou será a social democracia, esta parte de trás com duas pontas (o PT e o PSDB) que precisa ser ultrapassada em um processo de "consciência progressiva". E para onde se estende essa ponta da frente, esta aliança agressiva e ameaçadora? Será ainda a social democracia do PSB. A esquerda é um "arco/colar" que enforca a goela da Marina?

Ao menos ela sabe juntar sujeito (ao qual ela sempre se refere como "novo" sujeito), verbo e predicado. Apesar dos pequeníssimos erros de gramática (quem não os tem), Marina consegue ir articulando pé e cabeça, criança e animal, no dia dos professores. Melhor que a Dilma. Mas ainda continua fixada na figura do pai, do Lula e do Chico Mendes. Afinal, a psicoanálise poderá ajudar a adquirir uma consciência progressivamente. Vamos aguardar.

Me lembro sempre de uma passagem do Levi-Strauss sobre a quarta pata do elefante, a qual os selvagens se referiam quando viam uma cerâmica onde havia a pintura de um elefante, onde só apareciam três patas. Deste elefante que é a social democracia, já temos o PT, o PSDB, e o PSB. Só faltava a quarta pata. Espero que a Marina escape deste rede. Afinal, a psicoanálise poderá ajudar.

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