Wednesday, April 25, 2012


RÁPIDA CONVERSA NO FACEBOOK COM O BRUNO, AMIGO DO GABRYEL (reproduzo porque achei que valeu a pena)

Manuel Augusto Pacheco Sanches - E porque é que a PREVI, do proletariado bancário do Banco do Brasil, aplica todo o seu capital em ações das grandes empresas? Um pequeno lucro para garantir a aposentadoria?
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Bruno Marconi - Manuel, não confunda o conceito de classe social pensado pelo Engels e pelo Marx no século XIX com a atual situação do capitalismo. Hoje em dia só existe a PREVI porque o proletariado lutou bastante durante todo o oitocentos e o século XX para construir o Estado de Bem-Estar Social (desmontado continuamente a partir de 70) que proporciona essas oportunidades.
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Manuel Augusto Pacheco Sanches - Hahaha, agora entendi! Quer dizer que a luta de classes agora foi para o espaço? Bom saber. Explica isto para os marxistas, quem sabe eles aprendem! E quer dizer que o Estado do bem estar social não é mais o instrumento de classe da burguesia? Explica isso para eles de novo. Eles vão gostar.
54 minutes ago · Like
Bruno Marconi - Bem, não disse isso em nenhum momento. A luta de classes só mudou de figura, assim como o Estado do Bem-Estar Social foi um momento de enfrentamento e negociação entre os trabalhadores e as classes dominantes. Tanto que seu desmantelamento foi exatamente para frear o avanço socialista e trabalhista na Europa Ocidental.
Sendo mais específico e aprofundado na questão das classes pro Marx e pro Engels:
O conceito de classes como expresso no manifesto (e nessa tirinha) é generalista. Em outras obras do Marx, como o 18 de Brumário de Luís Bonaparte, ele expõe diversas outras classes sociais que atuavam no cenário político da França. Assim como hoje em dia, a luta de classes não se reduz só a "trabalhadores" de um lado e "proprietários" do outro. Quem interpreta assim é marxista que não passou da terceira página do manifesto. Os 99% do Movimento Occupy, por exemplo, é extremamente múltiplo, misturando diversas formações sociais, culturais e políticas no mesmo saco. É bonito, mas dentro delas existem antagonismos e contradições que ou se resolvem ou não vão fazer nenhum estalo nos tais 1% (que, de fato, existem).
50 minutes ago · Like
Manuel Augusto Pacheco Sanches Ok. - Bruno. Acredito. Também já acreditei na Bíblia (você já leu? Toda?) e no Capital (E este, você já leu? Todo? Até o fim? Não acredito). Vamos fazer o seguinte, quando você quiser conversar comigo sobre o marxismo marcamos um chopp. Acho que em 10 minutos você estará convencido que esta é a religião mas sem fundamento já construída. Mas, enfim, respeito a crença dos outros. Dê um abraço no Gabryel.
46 minutes ago · Like
Bruno Marconi - Bem, já ouvi mais de uma vez que marxismo é religião. Infelizmente, tendo a crer que seja de gente que não percebe como as ciências humanas em geral são construídas, ou acreditam num cientificismo economicista de extremo reducionismo. A "mão invisível" ou as "leis autônomas do mercado" não soam mais como religiosas do que grupos sociais de interesses diferentes se enfrentando na esfera política (Habermas? Adorno?)?
Marxismo é uma teoria, meu caro, constitutiva de um método de compreensão da ontologia do ser social (Lukacs, já leu? Pois é, eu já li O Capital e a Bíblia...). Não é a única, não, apesar de eu achar a mais coerente. Mas é assim que as ciências humanas funcionam: com teorias e com método hipotético-dedutivo sobre evidências empíricas.
Você não tá falando com adolescente que acabou de entrar na faculdade e leu dois textos de marxismo só não, cara. Li muita gente que bateu no marxismo, li muita gente que o desdenha. Algumas críticas são válidas, outras não. Isso não leva a corrente como um todo a ser destruída. Mesmo pro pessoal que não a usa para suas análises, tem muita coisa boa, oferece recursos interessantíssimos para construção de conhecimento. Vide como, na crise mundial, economistas e Estados inteiros recorreram a especialistas em Marx para explicá-la.
Acho que você vai precisar de um pouco mais de 10 minutos pra tirar as contribuições de Marx da minha cabeça, hein? ;)
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Gabryel Souza Sério: eu tenho muita vontade de colocar vocês dois, Manuel e Bruno na mesma sala, deixar os dois conversando e sentar ao lado com um bloco de notas.
25 minutes ago · Unlike ·  1
Manuel Augusto Pacheco Sanches - Caríssimo Bruno. Você não tem idade para ter lido tudo que cita. Claro, estuda no IFCS, na UFRJ, deve ser orientando do Chico Carlos (mande minhas lembranças para ele). O IFCS eu conheço bem, há exatamente 35 anos, mais ainda quando eu era aluno, há 40 anos. Mas, como lhe disse, eu RESPEITO as crenças alheias. Inclusive aquelas que creem ser teorias. Quem sabe do Habermas é o Cardeal Ratzinger, mais conhecido como o Papa Bento XVI. Enfim, vou ficar por aqui. Mas devo dizer que você me lembra os meus 25 anos. Há 42 anos também gostava de citar esta turma toda, hoje um pouco ultrapassada, não acha. De qualquer maneira, você escreve bem. Aqui vai um conselho (não tome como pedanteria): seja mais simples! Eu sei que, para defender o marxismo, é preciso ser hermético, um pouco como os sacerdotes egípcios. Não acredite em tudo o que os seus professores dizem, eles, na maioria, sabem menos que você. Talvez eu realmente precise de mais de 10 minutos para tirar as "contribuições" de Marx da sua cabeça, mas confesso, eu não tenho tempo. Não por você, que, sinceramente, acredito que seja um jovem honesto nas suas crenças. Mas pelo marxismo...é muito proselitismo.
16 minutes ago · Like
Manuel Augusto Pacheco Sanches - Ainda não terminei, a nota "escapou" dos meus dedos. Continuando, acho que você não precisa desta falsa sofisticação para ser reconhecido como uma pessoa inteligente e estudiosa. Ria um pouco do suposto saber. E fique tranquilo, você tem muitas boas qualidades, assim como o Gabryel.
12 minutes ago · Like

UFRJ: UMA UNIVERSIDADE SINISTRA


Para aqueles interessados na UFRJ.
Notícias de um processo de mais de dois anos: há dezenas de encaminhamentos " para providenciar e atender". Depois quase dois anos, o processo chegou à Divisão de Legislação que, após 14 dias, encaminhou à PR4-Superintendência Geral de Pessoal "para aprovar/autorizar". Dali, levou quatro dias e carimbar "para encaminhar ao setor competente", ou seja o Cadastro. Lá repousou por 114 dias!! e recebeu o despacho "para providenciar e atender" (o mesmo...sempre), sendo encaminhado para a Superintendência de Pessoal (observem que esta não é a geral, anterior, ou seja está rodando no mesmo lugar). Diante do descaso, eu mesmo fui falar com o Sub-Reitor, que analisando os processos (são dois, um anexo ao outro) me disse que tudo indicava que os processos seriam resolvidos administrativamente. O processo está lá, com o Sub-Reitor, há 41 dias (acabei de ver na Intranet).
Estes são os famosos processos da minha aposentadoria. Já mostrei aqui, no Facebook, todos os documentos que apresentei (pautas assinadas por mim, notas lançadas por mim, etc...). Quer dizer, se eu não era funcionário da UFRJ estes atos administrativos são ilegais e nulos!
O que eu solicito administrativamente é que a UFRJ me dê uma resposta. Uma resposta qualquer! Pode ser um não, não me importo. Eu vou me aposentar de qualquer maneira, quer eles queiram ou não! Mas não há, na UFRJ, um mínimo de qualidade administrativa. Há apenas um descaso e um desrespeito com a Lei!
Daqui a pouco serei obrigado a fazer uma carta aberta ao Reitor. Não sei se isto o sensibilizará, mas me dará um pouco mais de conforto, ainda que me custe muito dinheiro do meu parco salário. É uma pena que a antiga Universidade do Brasil, onde me formei, tenha se transformado nisto, em uma "universidade de esquerda", como eles se auto-denominam. Para mim, tornou-se, quando muito em uma universidade sinistra.

Friday, April 13, 2012

BOA NOITE "SIR"

- Boite noite, Sir.
- Are we going to talk in English, or...?
- Como?
- Vamos falar inglês ou português?
- Como?
- O senhor começou com "boa noite, Sir", eu pensei que íamos falar em inglês.
- Não, senhor, eu falei "boa noite, ser".
- Ser ou Sir? Não entendi.
- Ser, eu falei "boa noite, ser"
- Como assim, ser? Ser humano?
- É, pode ser, qualquer ser...
Este taxista não está regulando bem. Tenho que ir devagar. Louco a gente não contraria.
- Ser, como? Assim, tipo assim "ser ou não ser?"
- O senhor está gozando com a minha cara?
- Não, Sir...quero dizer, não, senhor. O senhor foi quem começou.
- Eu já disse: não comecei nada. Só dei boa noite, ser!
- Ok. Tá bom...ser! Pode ser assim...qualquer ser...animal, vegetal?
- Acho que o senhor ainda está me sacaneando, mas vai lá: pode ser qualquer ser. Eu sou espiritualista. Acho que qualquer ser que entra no meu taxi merece respeito.
-Eu também... (silêncio)
- Para onde vamos?
- Ali para o Corte, o Corte Cantagalo, quero dizer...antes que o senhor ache que é deboche.
- Está bem.
Eu fiquei olhando fixo para o espelho do motorista. Assim via a cara, mais a testa, do taxista, e podia imaginar se ele estava babando ou coisa semelhante. Nunca tinha visto um início de conversa tão maluco. Mas fiquei firme.
Eu tinha chegado de Ithaca, upstate New York, e acho que foi por isso que achei que o cara me confundiu com um turista estrangeiro. Enfim, o turismo tem aumentado no Rio.
Ithaca parece coisa de Ulisses. Fiquei matutando enquanto olhava fixo para. Mas o cara parecia sério. Como as religiões evangélicas e outras, inclusive as indianas, estão proliferando na periferia do Rio, achei que o cara podia ter entrado numa dessas viagens místicas, uma espécie de São Francisco do Terceiro Mundo. Afinal, outro dia, vi um padre franciscano beijando a mão de um cachorro, quero dizer, a pata, Tá valendo tudo.
Olha aqui, depois daquela latinha de lixo tem um arbusto, logo em seguida um recuo, número 183, tem uma placa bem grande, ali onde está passando aquele cara, o senhor pode entrar...agora. O taxi parou, paguei os dez reais, e fui me embora.
Tem cada maluco!

Monday, April 2, 2012

OS JUMENTOS BRASILEIROS

http://www.youtube.com/watch?v=xyxEtNGSqnE

Cheguei a pensar em escrever um blog sobre os jumentos brasileiros, mas fiquei em dúvida. Afinal, os jumentos já foram paparicados pelo Lula e pelo Brizola, e qualquer comentário meu, contra ou a favor dos jegues, poderia gerar uma fúria de esquerda da qual eu não escaparia incólume. Mesmo o social-democrata Fernando Henrique, na pressa de homenagear o equino nacional, montou num burro pensando que era um cavalo. Esta foi pior que montar num porco.
Os políticos brasileiros, por motivos outros que não a pura concorrência, não mais homenageiam os jumentos. Dilma, ao contrário de seus predecessores, prefere mandar os burros para a China. Quem sabe assim, comendo a carne dos jegues, os chineses fiquem mais próximos dos brasileiros.
Deixei de fazer o meu blog porque a texto da revista Época é quase completo: 
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR50761-6014,00.html 
Faltou dizer, talvez, que os jumentos brasileiros somos nós. Já que não se pode dizer que os nossos eleitos sejam burros.
Acho mesmo que, assim como tatu bola foi escolhido para a Copa de 2014, o jegue deveria ser o símbolo das Olimpíadas de 2016. Não corre muito, é verdade, mas tem uma resistência de cão (?) e é maltratado por todo o mundo (o Mundo, literalmente), Nada melhor, portanto, que ser reconhecido como o legítimo representante do povo brasileiro.
Como se não faltasse mais nada, o jegue, hoje, é tipicamente nordestino. Embora já o tivesse sido (tipicamente) gaúcho. E mesmo aqui, no Rio de Janeiro, chegou a se multiplicar furiosamente, primeiro lá pelas bandas de Macaé, e, agora, por todo o Estado.
Quando chegarem na China, antes de serem devorados, os jegues se reproduzirão, espero, exponencialmente. Assim como os chineses. E quem sabe, no futuro, o grande negócio não seja mais o da China e, sim, o negócio do jumento brasileiro, sem qualquer outra conotação.