SOBRE DEVASSAS E DEVASSIDÃO

Ultimamente, povo deste país, está sendo acostumado a acreditar pela propaganda, que devassas "são louras suadas" desejadas pelos brasileiros. Uma propaganda que consegue ofender homens e mulheres, suados ou não, louras ou não. As devassas das quais ouvi falar em meu tempo de escola foram aquelas inquisições das Ordenações do Reino que não davam direito à defesa e ao contraditório. Os "Autos da Devassa" serviram para inculpar e criminalizar os Inconfidentes.
As organizações não-governamentais, particularmente as organizações da sociedade civil de interesse público, SEM FINS LUCRATIVOS, não são a lata de lixo do Partido Comunista do Brasil - PC do B, partido da base aliada que deve assumir o compromisso do atual governo e fazer uma administração honesta e fortalecer o interesse público. As ONGs não se confundem com as organizações forjadas pelo PC do B para se apropriar de dinheiro do Estado.
A Presidente Dilma deveria fazer uma devassa no PC do B e nos ministros deste partido que forjaram extensões de sua própria organização para interesses escusos. Fazer uma "devassa nas ONGs" é uma metáfora horrível, digna de fabricantes de cerveja e nunca da Primeira Mandatária da República. Horrível porque fere instituições que são as vítimas e não os criminosos. Horrível porque supõe que os partidos, particularmente este partido, tem maior representatividade na sociedade civil do que as milhares de organizações que trabalham diariamente pelo bem público e em favor do povo brasileiro. Horrível porque supõe que o partido que trai a confiança da Presidente não  precisa e não deve prestar contas políticas dos erros que comete. Este partido! E não as outras organizações não governamentais que não tem nenhuma relação com as entidas forjadas pelo PC do B.
O outro conceito de devassa, de mulher vulgar, depravada, libertina, hoje é confundido pela nossa população como um elogio e como um objeto de desejo. Triste do povo que tem como desejo ser imundo, e eu não quero acreditar que este seja o desejo dos brasileiros. A devassidão não é o destino do Brasil.

CORRESPONDÊNCIA COM O MEU AMIGO CHARLIE BROWN

Caríssimo Elvis,
Prozac - não sei se o seu - está na Central Globo de Novelas.
Se eles, os outros, estão entre nós, e não mais em nós, como imaginava o Lacan, então estamos perdidos e, verdadeiramente, não vale mais a pena termos uma biografia pública. Ou melhor, não vale mais a pena termos somente uma biografia pública. O melhor será termos uma pública e outra privada.
No mundo virtual é muito comum encontrarmos coelhos, Pato Donalds, Asterix, e, acredite-me, até uma tampa de panela como fotos identificadoras de pessoas participantes no Facebook. Soube mesmo que já registraram em cartório o Facebookson e estamos aguardando o nascimento do Twitterson.
Ficou muito mais difícil o nosso trabalho de agente secreto da CIA e estamos precisando fazer uma greve por aumento salarial. O problema que está sendo discutido no sindicato é como fazermos a tal da manifestação pública. Até hoje as manifestações tinham acontecido em centro espíritas ou, eventualmente, em reuniões do Partido Comunista onde alguns teimavam em se manifestar, particularmente aqueles já mortos pelo Stalin.
Estou aqui me esforçando mentalmente para que o copo se movimente sobre a mesa e me indique quem é o espião entre nós, o Outro.
Guarde o dinheiro na poupança, porque o ouro da taça pública já derreteram na maior cara de pau!
Atenciosamente,
Kojak
PS: No Facebook esta conversa seria pública, o que tornaria muito mais fácil a nossa tarefa de enganá-los.
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