Sunday, August 25, 2013

O CUBANO DE COLEIRA


Há animais que não ficam bem na coleira. Pode-se entender um cão de coleira, mas jamais um lobo, um tamanduá ou mesmo um gato. Afinal, os cães estão domesticados há milênios e há alguns que são quase humanos. Já os gatos, não sei porque motivo, escaparam desta sina. O humano, por sua vez, chega em alguns casos a se acostumar com as coleiras.
Agora mesmo, o Estado cubano levou às últimas consequências a ideia marxista do trabalho como mercadoria, mais que isso entendeu que o indivíduo é uma mercadoria a ser negociada pela sociedade à qual ele "pertence". Assim como o Estado capitalista, o brasileiro inclusive, extrai impostos, o cubano extrai valores da venda de sua mercadoria, neste caso o seu cidadão. 
O argumento favorável ao poder absoluto do Estado, contrariamente às sofisticadas considerações de Hobbes, é simples. O Estado lhe dá o mínimo essencial em casa, comida, educação e trabalho, e do indivíduo extrai sangue, suor e lágrimas. E pode vendê-lo como bem lhe aprouver. Nunca houve um argumento tão simplista para a escravidão.
Por isso, Cuba pode vender ou alugar todo e qualquer indivíduo que o Estado tenha treinado em alguma atividade, "medicina preventiva", vamos dizer, para usar a expressão que tanto apraz aos adeptos do estado totalitário. Preventiva da morte, talvez, mas não da escravidão. Afinal, as pessoas devem ser curados e salvas da morte prematura para melhor poderem ser usadas pelos representantes do "povo", esta entidade abstrata que substituí os indivíduos. Os senhores de engenho conheciam bem esta prática. Os veterinários dos burros de carga, também.
Dito isto, criam "médicos preventistas" como se cria gado, para que possam vendê-los aos borbotões mundo afora. Esta foi a forma inventiva de manter um regime totalitário: vinculando-o ao mundo capitalista da circulação de mercadoria. Os Estados capitalistas, por sua vez, não estão livres de culpas. Acostumados a minimizarem custos de produção, encontraram nos "médicos preventistas" uma mercadoria barata, para diminuir os custos que o próprio Estado capitalista assume na saúde. Caminham assim na mesma rota para a servitude de seus cidadãos.
Como o gado - Aristóteles sabia disso - não têm alma. E, por isso podem ser escravizados. 
Procriam, mas não podem ter família: ganham para a sua própria reprodução, e por isso não podem acumular. E, claro, não podem ter passaporte! Onde já se viu gado com passaporte? Ao "médico preventista" lhe resta a coleira!

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